O distanciamento físico determinado pelas autoridades nas várias cidades e estados afetados pela Covid-19 evidenciou uma necessidade para empresas do ramo imobiliário: não há mais como adiar a implementação das fases do negócio imobiliário via online.
Quem insistir em trabalhar com pilhas de documentos em papel ofício, arquivos e assinaturas via tinta, pode ver seu negócio ultrapassado em pouco tempo a partir de agora.
Por isso, é tempo de reavaliar procedimentos, fazer as mudanças que são necessárias, e provocar os atores dessa cadeia de vendas a seguir na mesma direção.
A ADEMI-BA vem acompanhando as transformações do mercado e observando exemplos já praticados na Bahia e em outros estados, por empresas que já incorporavam o modo de trabalho online antes da pandemia, e que continuam executando vendas, mesmo no atual momento.
É evidente que um período de incertezas como o de agora impacta negativamente em qualquer negócio, com diferentes escalas.
Mas, ao conseguir usar a tecnologia ao seu favor, incorporadoras vem gerando leads que são fundamentais para fechar negócios. E, neste momento, quem já estiver com as ferramentas postas, sairá na frente.
Na Bahia, o mercado imobiliário tem encontrado dificuldades nos cartórios de registro, que ainda não reconhecem os procedimentos de digitalização dos documentos, atrasando em muito, os processos da incorporação imobiliária.
A evolução, contudo, é inevitável. Os provimentos 94 e 95 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já trazem a obrigatoriedade dos Registros de Imóveis em aceitar os documentos assinados eletronicamente.
Empresas do eixo Rio-São Paulo já executam as vendas por esta via, e seus respectivos cartórios reconhecem as transações feitas por meio de assinatura digital.
Aqui no Nordeste, o mercado imobiliário de Sergipe, nosso vizinho, já começa a incorporar os procedimentos de digitalização da venda, instalação e atualização de softwares que vão tornar mais rápida e confiável, a troca de informações entre clientes, incorporadoras e cartórios.
Ficará a Bahia de fora?
O futuro, desta vez, não bateu à nossa porta. Ele violou a fechadura e forçou entrada. Cabe a nós, agora, nos adaptar ao novo tempo e arrumar a casa para melhor recebê-lo.
Cláudio Cunha
Presidente da ADEMI-BA (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia).